Natu 16




Espécie • Borboleta-pavão-branco (Anartia jatrophae
O Brasil possui uma variedade de borboletas que pode chegar a 26 mil espécies conhecidas. Sobre a riqueza de espécies neotropicais - aquelas ocorrentes nas Américas Central e Sul - o nosso país detém cerca de 3.300 espécies de borboletas e 25.000 de mariposas. As borboletas são um dos grupos bioindicadoras da qualidade do ambiente. Variadas espécies se alimentam de determinadas espécies vegetais, na fase lagarta, isso significa que são sensíveis às alterações em seu habitat e são capazes de indicar a integridade das paisagens naturais. Você têm visto muitas borboletas por aí?

A pavão-branco é uma borboleta neotropical, ocorre nas Américas e mais frequente em regiões quentes, abertas, com presença de água e também em áreas antropizadas. No Brasil, possui ampla distribuição e já foi catalogada em todos os biomas terrestres, inclusive no Cerrado. Os ovos são verdes e pequenos, eclodem entre 10 e 30 dias, as lagartas se alimentam da planta hospedeira até chegar o momento da crisálida que é a pupa/casulo. Sua crisálida é verde claro com pontos pretos e aqui ela ficará por um período até que esteja formada como uma borboleta adulta. O contorno de suas asas são serrilhadas, possui coloração branca delineada de marrom, laranja e amarelo, podendo apresentar variação sazonal - mais clara na seca e mais escura na estação chuvosa. 



Na trilha • Ecoturismo: instrumento de conservação à natureza
Surgido na década de 1970, também chamado de turismo ecológico, o ecoturismo é uma atividade turística feita na natureza e de maneira sustentável, ou seja, sem que haja danos ou comprometa os recursos naturais das regiões visitadas. O ecoturismo é uma prática capaz de promover a educação ambiental e conservação da natureza, pois gera interação social-cultural-ambiental. Dentro dessa prática existe uma apresentação do meio ambiente aos visitantes. É uma visita guiada, incluindo trilhas, banhos de cachoeiras, mergulhos, observação de fauna (comportamento e habitat) e flora (distribuição de espécies, bioma, etc.), além de explorar no sentido de descobrir a área, os recursos naturais e o céu. 

O Brasil é um dos países portadores de uma vasta diversidade sociocultural (por regiões) e biológica. Com isso, é um grande impulsionador para que o ecoturismo aconteça favorecendo a conservação da natureza. Dentre os locais mais procurados estão: Chapada Diamantina-Bahia que conta com a famosa cachoeira da fumaça (cerca de 400 metros de altura), cavernas, lagos subterrâneos e muitas trilhas; Chapada dos Veadeiros-Goiás, que possui trilhas, rios, piscina naturais e cachoeiras, além de lindos paredões de pedras; Parque Estadual do Jalapão-Tocantins carrega belas cachoeiras e fervedouros onde é possível praticar canoagem e rafting que consiste em descer as corredeiras dentro de botes infláveis, além de belas trilhas; Serra da Capivara-Piauí lá encontra-se um sítio arqueológico a céu aberto, trilhas com diferentes níveis de dificuldade e paisagens maravilhosas; Pantanal-Mato-grossense uma das maiores planícies inundáveis do mundo, permite que você possa fazer passeios de barco e os famosos safáris fotográficos, pois conta com uma bela diversidade de fauna e flora. Outros destinos bastante procurados estão situados no litoral, são eles: Fernando de Noronha-PE, Ilha Grande-RJ, Ilhabela-SP, etc. 






Entrevista • As multipotencialidades da bióloga Carolina Bernardo
Bacharel e Licenciada em Ciências Biológicas, Mestre em Ecologia e Doutora em Economia, na área de Economia Agrícola e do Meio Ambiente, ambas as formações, pela Universidade de Brasília (UnB). Possui experiência na área de economia ambiental, serviços ecossistêmicos, valoração ambiental, pagamento por serviços ambientais, zoologia e ecologia. Trabalhou na análise e design de conteúdos em Biologia para o curso de Licenciatura de Biologia à distância.



A biologia e a economia caminham lado a lado? Isso pode ser um convite aos biólogos para serem mais empreendedores?
Não e sim. Elas não caminham lado a lado ainda, mas deveriam caminhar. Ambas são tratadas como sistemas complexos, que mantêm relações complexas e intrincadas de matéria e energia entre seus componentes. Isso já seria motivo de aproximação, que foi sinalizado por pesquisadores (ecólogos e economistas) no início do século XX. Mas, até hoje não conseguimos inserir muito bem o sistema biológico ou ecológico dentro da economia. Na minha visão é porque estamos tentando ao contrário: deveríamos tentar inserir o sistema econômico dentro do biológico ou ecológico (que ao meu ver é mais complexo e expansivo que o primeiro). Afinal, todos estamos dentro da biosfera, que é a camada de vida na Terra.  Sobre o convite, a resposta também é Sim e não. A Economia não necessariamente está ligada ao empreendedorismo, mas pode sim ser um convite a olharmos e testarmos diferentes perspectivas de transmitirmos nosso conhecimento, seja biológico, ecológico e econômico.

Quando surgiu seu interesse na área de Economia Ambiental?
Meu interesse maior surgiu quando estava estudando para o concurso da ANA - Agência Nacional de Águas, lá em 2008. Mas, a economia entrou na minha vida quando ainda estava no mestrado em Ecologia. Para explicar as escolhas de disputas territoriais entre machos de libélulas (pois estudei comportamento sexual de Odonata - libélulas - no mestrado) usamos a Teoria de Jogos, que é uma teoria de escolha que veio da Economia. Mas, voltando para 2008, era uma das perdidas, achando que o serviço público era para mim (só que não era e eu não sabia naquela época ainda...). Fiz cursinho para o concurso (que não passei) e uma das matérias era microeconomia ambiental, para entender como funcionava o mercado e a questão de taxas ou não o uso da água, e a questão da outorga - direito de uso de água. Achei o máximo e isso despertou meu interesse inicial. Depois desse contato, falo que essa mensagem e interesse ficaram no meu cérebro, matutando, até eu me mudar para Palmas, no Tocantins, em 2010. Eu passei num concurso para ser Orientadora Acadêmica de Biologia para os cursos de Licenciatura de Biologia à distância, ofertados por Universidades federais ligadas a um consórcio setentrional, e a UFT era uma delas. Eu já trabalhava com educação à distância na época e era algo que eu gostava muito. Como já trabalhava na área, a coordenadora do curso no Tocantins me puxou para trabalhar na UFT - Universidade Federal do Tocantins, para coordenar toda a área EAD do curso de Licenciatura de biologia. E, como estava na Universidade, podia participar dos cursos e encontros que a Universidade oferecia. Em meados do ano de 2010, o Departamento de Economia da UFT deu um seminário de Economia do Meio Ambiente e eu participei de algumas aulas, o que despertou ainda mais o meu interesse. Cheguei até a conversar com um dos professores que estava ministrando o curso e ele tinha até me convidado a fazer o doutorado lá, com ele. Mas, eu queria voltar para Brasília e fazer o doutorado na UnB ou em outro local, diferente de lá. E a partir daí eu comecei a pesquisar artigos sobre o tema e vi o quanto economistas não sabiam muito sobre ecologia, apesar de falar como se fossem especialistas. E vice-versa: ecólogos também escrevem sobre economia, apesar de não saberem muito sobre.

O que mais te motivou a buscar a resposta sobre: Economia Ambiental X Ecologia: A proximidade se limita ao prefixo?
Precisamos de diálogo entre as duas áreas. Essa foi a minha maior motivação. Especialmente depois de notar o que mencionei anteriormente: ecólogos escrevem sobre economia sem saber muito sobre e economistas escrevem sobre ecologia sem saberem muito sobre. Precisamos deixar o ego de lado, ou seja, parar de achar que uma área é mais importante que a outra, parar de dar pitacos na área do outro e começar a integrar as áreas para a construção de um futuro melhor para nós todos. Afinal, temos uma casa em comum e se esgotarmos todos os recursos, todos nós sofreremos com isso, sejamos economistas ou ecólogos. E, por isso, quis fazer essa interseção para mostrar quais são as proximidades entre as duas áreas e quais são os buracos que existem. Foi um começo e um convite para que o trabalho seja continuado. 

Fale sobre sua experiência de consultora técnica da Coordenação Geral em Vigilância em Saúde Ambiental no Ministério da Saúde.
Este trabalho eu consegui no final de 2011. Já tinha retornado do Tocantins e estava trabalhando como professora universitária em uma Faculdade do entorno do DF. Como eu tinha a experiência com EAD e no Ministério da Saúde eles tinham algumas capacitações em EAd, eles queriam alguém para analisar os cursos e também para assessorar em algumas questões referentes à saúde ambiental, como a gestão de resíduos de medicamentos. Então, eu fui contratada como contrato da OPAS (Organização Pan Americana de Saúde) para trabalhar como consultora e assessora técnica do MS. Foi ótimo, porque eu queria sair da faculdade onde dava aulas para esperar a resposta do Doutorado em Economia. Antes de entrar como consultora, já tinha aplicado para o doutorado em Economia na Universidade de Brasília (UnB) e estava querendo trabalhar em algo que eu pudesse conciliar com as disciplinas no doutorado, que não eram modulares e sim durante todo o semestre; e que se eu estivesse dando aula onde estava, não conseguiria conciliar. Também gostaria de ter a experiência de trabalhar em um órgão público que não fosse conectado à alguma Instituição de Ensino, porque eu penso que para eu escolher onde eu quero ir eu precisaria experimentar antes para ver se valia a pena ou não investir minha energia naquilo. Aí a consultoria caiu como uma luva em todos os sentidos... até eu começar as aulas do doutorado. Meu trabalho era: avaliar as capacitações do MS com relação à saúde ambiental; participar de reuniões com relação à Política Nacional de Resíduos Sólidos (foi aí o início do meu interesse para estudar e analisar políticas públicas ambientais) e ao Plano Nacional de Gestão de Resíduos; analisar pedidos ao Ministério e dar pareceres com relação a essa área da PNRS. Eu gostava do trabalho, mas não gostava do ambiente nem do fato de eu ter que ficar trabalhando lá por 8h diárias e seguir o que um servidor seguia, sem ser uma servidora. E isso me deu problemas quando eu comecei as disciplinas do doutorado. Eu achava que teria flexibilidade, mas não tive. O que me fez não renovar o meu contrato e me dedicar exclusivamente ao doutorado, que era a minha prioridade. Mesmo que para isso eu tivesse que ganhar 3X menos. E assim foi por 2 anos.

Com a mudança do cenário do presencial para aulas, cursos e eventos online, o que você tem feito para se reinventar e ganhar espaço nesse meio virtual?
Eu ADORO o estudo e o trabalho à distância. Trabalhei muitos anos com Educação à distância e na escrita da dissertação de mestrado e da tese de doutorado eu passei muito tempo trabalhando de casa, que eu adoro! Acho que a sociedade brasileira está muito atrasada com relação a isso. ainda tem muito preconceito. As pessoas acham que trabalho se mede por horas de estar presencialmente no trabalho, o que é uma visão completamente equivocada! Trabalho se mede em termos de eficiência e eficácia: chegar ao objetivo (meta) com o menor tempo ou custo. Como atualmente eu empreendo e sou minha própria chefe, eu amo o mundo online. Lógico que adorava dar aulas e palestras presenciais, mas o online, se bem feito, cumpre o mesmo papel e atinge até mais pessoas do que o presencial. Com relação à reinvenção, eu tenho trabalhado mais com a rede social do momento, que é o Instagram e estou iniciando no Youtube. Gostaria de ter braços e cabeça para entrar mais no Twitter, mas não consigo. É muita coisa para uma pessoa só lidar! ;) E sempre atendo a colegas e amigos professores quando precisam que eu dê uma aula especial ou palestra aqui e ali. Como disse, eu amo palestrar e transmitir meu conhecimento. Acho que é o que eu faço de melhor.


Conte-nos sobre o que aborda o seu projeto Bioagradáveis nas redes sociais e como isso tem refletido nas pessoas que te acompanham.
Eu comecei a Bioagradáveis num período que eu estava insatisfeita com o que estava fazendo e o modo que estava fazendo (dando aulas presenciais numa faculdade) e com as minhas ações com relação ao uso do plástico filme em casa. Estava desesperada em busca de uma solução, até que achei os panos encerados ou de cera de abelha. Comecei a fazer esses panos em casa e deu certo. Pensei comigo: Poxa, poderia fazer para vender né? É um produto tão bom e que soluciona um problemão! Foi aí que o nome Bioagradáveis surgiu (dado pelo meu irmão) e com ele a vontade de fazer algo mais prático em prol do meio ambiente. Algo que sempre permeou minha vida: fazer algo prático para as pessoas e para o meio ambiente. Depois de muitos altos e baixos, no final do ano passado decidi me dedicar de cabeça nesse empreendimento e foi ótimo! Eu abordo não somente com os produtos em si, mas também como uma forma de informar as pessoas que nós podemos fazer a diferença, mesmo que começando com pequenas ações, como deixando de usar o plástico filme. Que pequenas ações importam! Especialmente quando estamos mudando nosso comportamento de consumo, que é o que impactará no longo prazo! Por isso, os panos de cera não são só um produto, são uma forma de educar as pessoas para o que é possível fazer. Os panos de cera, por exemplo, são soluções sustentáveis, viáveis, laváveis, compostáveis  para o plástico filme. E o melhor: não deixam resíduo, fechando assim o ciclo do produto. E com o produto, com os vídeos, com os posts conseguimos plantar uma sementinha na cabeça das pessoas sobre a mudança de consumo e sobre o quanto isso pode mudar nossas vidas daqui para frente. E eu sempre recebo muitas mensagens, tanto de alunas do curso quanto de usuários, falando que o uso do pano de cera foi o início de outras mudanças de hábitos e de comportamentos dentro e fora de casa. E isso me deixa muito feliz! Traz um calor para o meu coração.

Você sempre gostou de arte ou a ideia do crochetar para não surtar, surgiu agora, em meio a pandemia?
Sempre gostei. Sempre fui muito arteira, desde criança. Eu desenhava, pintava, dançava e fazia crochê com minha mãe, que foi quem me ensinou a fazer crochê. Acho que a arte e a ciência andam juntas e são muito parecidas. E o fazer manual ajuda a termos uma mente mais centrada, mas focada no presente. E a ideia do "crochetar para não surtar" veio na pandemia mesmo. No início do ano passado precisei me reinventar e pensei em ensinar o crochê, de forma paga, com envio de vídeos online. Algumas pessoas se inscreveram, mas não rendeu muito. Tudo bem, foi uma fase de testes. Mas, a ideia ficou na minha cabeça. E neste ano eu pensei cá comigo: por que não ensinar o crochê de graça no instagram? Pode ajudar alguém a sair da depressão, do marasmo e ter alegria de fazer algo novo na vida, especialmente neste período de pandemia. E lá fui eu começar o projeto no Instagram. E, como tenho essa veia ambiental bem forte, comecei a ensinar produtos que são ecológicos, que substituem produtos que produzem resíduos diários ou semanais, principalmente se feitos com linhas de algodão cru. Que são produtos que eu fazia e vendia na Bioagradáveis, mas que por falta de tempo em fazê-los, decidi ensinar de graça! Espero que ajude alguém seja a sair da tristeza seja a criar e começar um negócio com produtos ecológicos em crochê.

Já pensou em criar uma associação para ensinar mulheres e/ou comunidades carentes a criar produtos biodegradáveis e ter uma fonte de renda?
JÁ! DEMAIS! Essa na verdade é a minha ideia principal e já tentei fazer isso, mesmo sem muita estrutura. Mas, não consegui por muito tempo, porque precisamos de dinheiro para materiais, transporte e pagar uns boletos, né verdade? Quero ajudar as pessoas com o meu conhecimento. Quero ser útil ao mundo de alguma forma, seja ensinando crochê, seja ensinando a fazer os panos de cera, seja ensinando ecologia e economia. E gostaria muito que as pessoas pegassem esse conhecimento e usassem para mudar a vida delas e o meio ambiente. Para que eu consiga colocar esse projeto para rodar, ou empreendimento social, eu preciso de financiamento, que é o que não tenho ainda. Mas, está nos meus planos ir atrás de financiamento para colocar esse empreendimento para rodar ainda este ano! Tomara que consiga!  

O que mais te marcou em sua carreira como bióloga?
Nossa, foram tantas coisas. Conseguir entrar para UnB depois de 4 vestibulares já foi um marco por si só! Eu ficava muito nervosa quando fazia provas. E acabava me esquecendo de tudo... Por isso demorei a entrar na UnB. Todos os 4 vestibulares foram para Biologia. Tinha certeza que queria ser bióloga. Depois, foi conseguir o estágio para estudar comportamento e ecologia de aves no Sul do Brasil. foi a primeira vez que fiquei tanto tempo fora de casa (3 meses) vivendo em outro estado, tendo que lavar minhas roupas, em um lugar longe de tecnologias e sem conseguir falar com a família todos os dias. Foi bem marcante. Aprendi muito! Não só de biologia, mas de vida, de comunidade, de conhecimento nativoe de companheirismo. Outro fato marcante foi o de ser selecionada para fazer o curso de campo de Ecologia do Pantanal, quando já estava no mestrado. Foi outra experiência que marcou muito a minha vida e que conheci pessoas que são amigas minhas até hoje! Uma em especial me marcou e a considero uma amiga irmã! Fora que conheci o Pantanal, que é um dos biomas mais lindos que temos nesse Brasil. Onde se vê bicho grande, como veados, cervo do Pantanal, tamanduás, bugios, jacarés, tuiuiús, emas, araras, ariranhas,... fora uma infinidade de insetos, plantas. É de uma biodiversidade incrível! realmente inesquecível! Outra experiência marcante foi apresentar meu trabalho em Congresso Internacional. O primeiro congresso internacional a gente nunca esquece! Eu apresentei um pôster no Congresso da Animal Behavior Society, em Utah, em 2005. Foi muito MARA! Conheci e tive contato com pesquisadores incríveis. Tive vergonha e medo de ninguém entender o meu inglês macarrônico? Claro que tive! Mas, fui com medo mesmo! E as outras duas experiências que me marcaram foi: 1. conhecer e levar o pesquisador e escritor Robert Ricklefs para almoçar, em uma visita que ele fez aqui em Brasília, graças ao convite da minha orientadora de mestrado, Regina Macedo. Ele também assinou meu livro "A Economia da Natureza" que é uma das "bíblias" da Ecologia e o livro que devorei para passar no mestrado. 2. Ver e conhecer o pesquisador Richard Dawkins. ele veio a Pirenópolis no congresso internacional da Animal Behavior Society, em 2009, e tive a oportunidade de ter o livro autografado e de ouvir uma palestra dele. Oportunidades incríveis que tive nessa vida de Bióloga. 

Você é uma multiprofissional e isso é bastante importante em tempos atuais. Falando nisso, já existe previsão de um novo conto sobre a natureza no Kindle?
Ah, que linda! Muito grata por falar do conto e por lembrar da multipotencialidade. É muito importante, mas ao mesmo tempo difícil. Muitos confundem multipotencialidade com multitarefas e uma coisa não tem nada a ver com a outra. Sobre o conto, eu escrevi o conto como um exercício de escrita criativa, porque eu queria ser escritora (também!). Ainda quero na verdade. (Não me considero escritora ainda...) Escrevi o conto para homenagear meu sobrinho e as libélulas, duas coisas que amo muito nessa vida! Eu já pensei em continuar este conto e transformá-lo em uma história maior, mas toda vez que pego ele para ler vejo que ele já está completo. Tenho algumas ideias de escrever outros contos sobre a natureza, mas não por agora. Pretendo terminar de escrever meu livro sobre Ecologia e Economia primeiro. Ele é parte da minha tese de doutorado e estou transformando em uma linguagem mais acessível para quem tiver interesse e para alunas e alunos das áreas ambientais.



Lab • Soro Antiofídico
Também chamado de antídoto, o soro é parte do tratamento feito nos acidentes causados por serpentes. Trata-se da utilização de um produtos feito com o próprio veneno da serpente e de uma hiperimunização de outros animais como os cavalos. Para cada tipo de serpente, há um tipo de soro, entretanto, o processo para produção é o mesmo, assim como sua efetividade. Mas, para que serve o soro? A principal finalidade é neutralizar o veneno que está circulando no sangue ou órgãos de quem sofreu o acidente.

Os principais soros antiofídicos produzidos no Brasil, são:  Anticrotálico - utilizado no tratamento de acidentes com cascavéis (gênero Crotalus); Antielapídico - utilizado no tratamento de acidentes com serpentes da família das corais (gênero Micrurus); Antibotrópico - utilizado no tratamento de acidentes com jararacas (gênero Bothrops) e polivalente - utilizado quando não há certeza de qual espécie causou o acidente. O soro polivalente é feito do veneno de cascavel e jararaca.

Vamos ao passo-a-passo? Extração do veneno da serpente e transformação em antígeno. Esse antígeno é inoculado em pequenas quantidades em cavalos, por exemplo. Por ser uma pequena quantidade num animal de grande porte, não lhe é conferido risco. Com a inoculação do veneno, o sistema imunológico do cavalo produzirá anticorpos e após um tempo, quando se formar anticorpos o suficiente, o plasma sanguíneo será coletado para realização de testes e controle de qualidade. Depois de comprovados os testes, há o processamento desse plasma com métodos físico-químicos e posteriormente será colocado em frasco contendo uma solução com anticorpos purificados.


Nossos Resíduos • Resíduo orgânico
Os resíduos orgânicos são restos animais e vegetais, e possuem relevante valor econômico podendo ser reutilizados como adubo para cultivo de hortas, outras plantações e até combustível. No Brasil, a produção de lixo orgânico anual é de cerca de 37 milhões de toneladas e seu aproveitamento não chega a 2%. Essa matéria acaba indo para os aterros sanitários e provocando a geração de gases nocivos à qualidade do ar, solo, água, etc. Um dos processos que podem ser utilizados para a mudança dessa realidade, é a compostagem. Isso significa que o lixo orgânico pode ser transformado em adubo, gerar renda e também, contribuir para a conservação do meio ambiente. A compostagem doméstica está alinhada com a Política Nacional de Resíduos Sólidos - PNRS, que propõe eliminar os lixões a céu aberto. Para realizar esse processo é simples, comece separando as cascas de frutas, borra de café, cascas e talos de alimentos cozidos ou assados e até folhas secas. A separação do lixo orgânico, assim como os outros, é de grande importância e também irá refletir positivamente nas cooperativas de catadores, pois garante a qualidade final do adubo, além disso, você estará contribuindo para a separação em três frações, atualmente a separação mais adequada do lixo. 
  
Natu 16  20/07/2021 • Borboleta-pavão-branco (Anartia jatrophae) • Redação • Direção: Nathália Araújo; Conteúdo: Amanda Costa; Rodrigo Viana; Fotografias: Carolina Bernardo; Wellyson Barbosa.

   Apoie   

Comentários

Leia também