A presença de cachorro em UCs

Rodrigo

Uma ameaça à vida silvestre mais difícil de ser vista está nos animais ferais. 

O artigo de Galetti e Sazima (2006) traz um conceito para esse tipo de fauna: 
Um animal é classificado como feral quando se trata de um animal doméstico que vive em um habitat selvagem, sem alimentos ou abrigo fornecidos por humanos, e que mostra certa resistência ao contato com pessoas (Boitani e Ciucci, 1995).

Então não é uma questão nova e acontece em muitos lugares. Nas reservas em áreas urbanas ou rurais, a presença de cães ou outros animais ferais é recorrente e está sendo mais registrada. As áreas rurais cada vez mais fracionadas, com mais gente por km² e mais canis por motivos de insegurança podem proporcionar um aumento de registros. Uma questão importante é como cada pessoa cuida dos próprios animais, se dentro de seus recintos ou com saídas pela vizinhança.


Animais com sinais de cuidados humanos também são avistados em Unidade de Conservação – UC. Na Floresta Nacional de Brasília estudamos a ocorrência de canídeos, inclusive os domésticos. Essa interação entre silvestres e domésticos pode gerar problemas como ataques, fluxo de patógenos e concorrência por alimento. Especialmente com tamanduás pode haver perseguição e ataques. Tamanduás, por exemplo, tem garras afiadas e longas que podem ferir e até mesmo matar esses animais domésticos, caso se sintam acuados. Situações assim também podem induzir fuga desses animais silvestres e ocasionar outros problemas. Por isso, os estudos são importantes para reunir informações em busca de soluções. Veja um vídeo que recebemos a seguir: 


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 LEIA MAIS  

Boitani, L.; Ciucci, P. 1995. Comparative Social Ecology of Feral Dogs and Wolves. Ethology Ecology & Evolution. 7: 49-72.

Galetti, M.; Sazima, I. 2006. Impacto de cães ferais em um fragmento urbano de Floresta Atlântica no sudeste do Brasil. Natureza & Conservação. 4(1): 58-63.

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