Aves brasileiras - Álbum da Natureza


Brenda Menezes / Fotografias Jonatas Rocha

As aves são um dos elementos mais atrativos da biodiversidade e é possível observá-las diariamente de onde você estiver. O voo e as migrações têm fascinado a humanidade desde há séculos, e a acessibilidade da maioria das espécies (comparativamente com outros animais) facilita a existência de um bom conhecimento acerca da sua biologia e ecologia.

Dentro dos vertebrados terrestres, o grupo destes animais é o que detém maior número de espécies, sendo registradas cerca de 10.426 espécies de aves em todo o planeta Terra. O Brasil é considerado um país extremamente rico em biodiversidade e detém 1.919 espécies de aves, com isso está entre os três países com a maior diversidade de aves do mundo.

Estes animais são de grande valor tanto para os seres humanos como para a natureza, pois operam para a manutenção do equilíbrio ecológico, controlando populações de insetos e outros pequenos animais, que poderiam tornar-se muito abundantes e de alguma forma desequilibrar o ambiente. Além disso, atuam nos processos de polinização e dispersão de inúmeras plantas, sua presença torna o ambiente mais agradável para o ser humano visto que possuem cantos e aparências apreciáveis e indicam que o ambiente está saudável e funcional, atuando como bioindicadores já que são animais sensíveis a alterações de seus habitats.

Por serem animais essenciais para a natureza, é necessário um trabalho de conscientização cada vez maior com a população, para que as aves, assim como os seus habitats possam ser conservados.


Saíra-beija-flor • Cyanerpes cyaneus (Linnaeus, 1766)
Cyanerpes cyaneus é uma ave passeriforme da família Thraupidae e que é conhecida comumente como Saíra-beija-flor. Sua nomenclatura científica significa do (grego) kuanos = azul escuro, azul intenso; e herpës = trepador; e do (latim) cyaneus = azul escuro, azul profundo, ou seja, significa trepador azul. É uma espécie com estado de Conservação (IUCN 3.1) pouco preocupante.
Essa espécie de beija-flor apresenta dimorfismo sexual na qual o macho adulto apresenta uma plumagem admirável, brilhante, nas cores azul, amarelo, verde e preto e a fêmea adulta possui plumagem mais opaca sendo verde e preta. Os tarsos, pés e dedos dos machos são na coloração vermelho brilhante e das fêmeas são rosa-acinzentados. Após a época de reprodução, ocorre a mudança de coloração dos machos adultos (muda pós-nupcial) na qual estes animais mudam a vestimenta de azul para um verde semelhante à das fêmeas e dos machos imaturos. Deste modo, adquirem uma plumagem de descanso reprodutivo, chamada também de plumagem de “eclipse”. Os machos juvenis  de Cyanerpes cyaneus dispõem de plumagem semelhante à das fêmeas adultas da mesma espécie, de modo que, entre jovens e adultos do sexo masculino, eles apresentam uma plumagem intermediária e as pernas e pés rosados.
Aos 12 meses, estes animais atingem a maturidade sexual, cada ninhada geralmente tem 2 ou 3 ovos chocados pela fêmea, tendo 2 ou 3 ninhadas por estação. O ninho é uma tigela rasa bem fixada com teias de aranha a uma forquilha e os filhotes nascem após 12 ou 13 dias. O macho ajuda a alimentar os filhotes que saem do ninho após 14 dias de vida. Os Saís-beija-flor habitam em florestas de diversos tipos, da Amazônia e de outras regiões do Brasil e da América do Sul e vivem em pequenos bandos, tanto nas copas de árvores de grande porte, como em mata baixa. São animais que ocorrem desde o Amazonas ao Rio de Janeiro, Mato Grosso, Minas Gerais, Goiás, Tocantins, Roraima e Maranhão.


Beija-flor-de-banda-branca • Amazilia versicolor (Vieillot, 1818)
Amazilia versicolor, popularmente conhecido como beija-flor-de-banda-branca, é uma ave apodiforme da família Trochilidae. O versicolor de seu nome científico vem do latim e significa de muitas cores.
É uma espécie com estado de conservação (IUCN 3.1) pouco preocupante e que engloba várias subespécies, das quais as plumagens variam pela maior ou menor extensão do verde-brilhante da fronte ou pela presença ou ausência de branco na garganta e no centro da barriga. No geral, medem cerca de 8,5 a 9,5 cm de comprimento, possuem plumagem em um tom esverdeado bem nítido, com a garganta verde brilhante e de tons brilhantes azulados. Na barriga a plumagem é puramente branca e continua pelo peito. Tanto o macho como a fêmea possuem bico com mandíbula pálida de tom alaranjado e pequenas manchas brancas pós-oculares
O ninho da Amazilia versicolor é em forma de taça, como é comum a todas as espécies do gênero. Este animal habita em bordas de florestas úmidas, matas secas, matas de galeria, capoeiras, manguezais, bordas de matas de várzea, ilhas fluviais, fazendas e cidades e é comumente encontrado em grande parte do Brasil, com exceção de áreas do Nordeste e da Amazônia. O beija-flor-de-banda-branca alimenta-se de néctar e pequenos insetos.


Gavião-bombachinha-grande • Accipiter bicolor (Vieillot, 1817)
O gavião-bombachinha-grande é uma ave accipitriforme da família Accipitridae. Com nome científico Accipiter bicolor que significa do (latim) Accipiter = falcão, gavião; e bi = dois, duas; e color, colour = cor, cores, portanto,  gavião de duas cores, é uma espécie com estado de conservação (IUCN 3.1) pouco preocupante.
Estes animais apresentam dimorfismo sexual, cujo o macho adulto dispõe de plumagem cinza na parte ventral e cinza-escuro no dorso, com calções alaranjados e cauda com três barras cinzas e a fêmea adulta possui o dorso mais amarronzado com rufo na barriga chegando até quase o peito.
É uma espécie  exclusivamente florestal e que está distribuída por quase todo o Brasil. Possui uma alimentação constituída de aves, especialmente sabiás (Turdus e Mimus) e pequenas pombas. Para a caça, utiliza poleiros para a localização de suas presas ou voa sobre as copas.
Durante o período reprodutivo, o gavião-bombachinha-grande costuma voar a grandes altitudes, solitariamente ou em pares, realizando uma série de acrobacias e vários mergulhos após uma sequência de batidas rápidas de asas.


Príncipe • Pyrocephalus rubinus (Boddaert, 1783)
Pyrocephalus rubinus, é uma ave passeriforme da família Tyrannidae e popularmente conhecida como príncipe. É uma espécie com estado de conservação (IUCN 3.1) pouco preocupante. Seu nome científico significa do grego e latim: ave com a cabeça colorida como um rubi ou (ave) com a cabeça da cor vermelha intensa como a chama ou ainda cabeça de fogo rubi. Comumente encontrada aos pares, esta espécie é uma ave migratória que no inverno, vai da região sul e sudeste do Brasil para a Amazônia e retorna na primavera-verão. Os ninhos de Pyrocephalus rubinus possuem a forma de tigela chata e são revestidos por raízes e musgos, e no interior contém painas e lãs. A reprodução ocorre durante a primavera quando estas aves retornam da migração.
Estas aves possuem plumagem de coloração escarlate-vivo, e suas costas pretas. Em plumagem de reprodução, o macho é inconfundível de modo que apresenta o vermelho vivo da parte ventral contrasta com o dorso escuro. Contudo, existem indivíduos com plumagem melânica nesta espécie.
Habitam em campos e cerrados e são registrados no sudeste da Bolívia, Paraguai e do sudeste do Brasil até a Argentina e Uruguai. Utiliza ambientes criados pelas mãos humanas, sendo notável em jardins e parques urbanos. Ainda pode ser observado na periferia de cidades.


Fura-barreira • Clibanornis rectirostris (Wied, 1831)  
Clibanornis rectirostris ou Fura-barreira como é popularmente conhecida, é uma espécie rara de ave  passeriforme da família Furnariidae. Seu nome científico do grego e latim significa: Pássaro do forno com bico reto. Alguns autores a incluem no gênero Automolus ou Hylocryptus.
Nesta espécie não há dimorfismo sexual e a plumagem dos indivíduos é relativamente uniforme, com tom ferrugíneo, e íris amarelada. Endêmico das matas ciliares do Cerrado, o fura-barreira ocorre na região centro-sul do Brasil e se alimenta preferencialmente no solo, revirando folhas secas a procura de insetos e outros artrópodes. Por ser uma espécie rara ou incomum, pouco se sabe sobre sua biologia, deste modo, é portanto uma espécie prioritária para pesquisa.

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Comentários

Eu amei essa matéria, Brendinha arrasou demais 💕
Yasmin Mesquita disse…
Sempre bom saber mais sobre as Aves Brasileiras. Ficou excelente!! Parabéns, Brenda. E parabéns, Jonatas pelas lindas fotografias. Ótimo trabalho.

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