Silvestre ou selvagem?

Rodrigo


A vida compreende muitos grupos de seres vivos em ecossistemas bem diversificados. Para discutir sobre o tema, algumas vezes a gente menciona silvestre, outras vezes selvagem. Mas as duas formas estão certas? Há alguma diferença entre elas?

Sim, as duas formas estão certas e há diferença. O termo silvestre é mais abrangente e pode ser usado com propriedade para qualquer espécie, seja animal, vegetal, fungos e seres mais simples como bactérias, por exemplo. Silvestre quer dizer ‘selvagem; aquilo que vive sem cultura’ por isso, são sinônimos. Acontece que selvagem vai um pouco além, no sentido de mais rude, que não se doma em condições naturais, ou seja, apenas domáveis com artifícios. Não é certo se aproximar de animais, como tamanduás-bandeira, a fim de tocá-los porque eles podem reagir, em forma de defesa. Então não são domáveis. Isso vale para outros animais. Até mesmo animais que permitem alguma aproximação, podem apresentar alguma reação no comportamento, por conta de algum cheiro ou outro fator que a gente não percebe no momento. Então não é indicado se aproximar muito desses animais. Para observação de animais silvestres é indicado manter distância de alguns metros para se ter a melhor experiência.

Alguns animais menores, fungos, plantas permitem manejo e a possibilidade de contenção, de controle. Para essas espécies é mais comum o termo silvestre, mesmo com as características rústicas que elas têm. Assim, um termo mais amplo para espécies, seja qual for o Reino, Vida Silvestre passou a ser a denominação do Congresso e atividades temáticas na sociedade do Instituto. Cada espécie possui conexões com outras espécies e o ambiente silvestre.


Questões selvagens

Muito além dos conceitos que são importantes e nos ajudam a entender e organizar melhor a informação, temos questões importantes nos cuidados com a vida do planeta. Isso porque grande parte das espécies sofrem com atividades humanas, seja desmatamento, incêndios, atropelamentos, caça, tráfico que diminuem e comprometem a continuação dessas espécies no curto prazo. De acordo com a lista vermelha mundial - IUCN Red List mais de 40.000 espécies estão ameaçadas em algum nível e representam 28% de todas as espécies avaliadas, em vários critérios que combinam transformações na Terra com características de cada ser vivo. De acordo com essa Lista, 41% dos anfíbios estão ameaçados, por exemplo. Esses dados têm muito a nos dizer, bem como indicar caminhos mais seguros para viver melhor. Isso porque a extinção acelerada é um processo de empobrecimento ambiental provocado e nós dependemos da natureza para sobreviver.

E os exóticos? 

São espécies que não têm ocorrência natural num local, ou seja, foram trazidos de outra região e colocados numa área diferente da distribuição natural que realmente têm. Essa ocorrência de exóticos, seja qual for o grupo, pode representar mais uma ameaça, por haver competição com espécies nativas. Uma espécie que tenha facilidade de multiplicação pode provocar danos à biodiversidade e à sociedade.

Viu um animal selvagem livre?
Observe com distância, respeite o animal, tenha atenção e uma boa experiência.

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